Combatendo o Negacionismo Científico nas Escolas Públicas
O projeto propõe desenvolver atividades pedagógicas que combatam o negacionismo científico nas
escolas estaduais CIEP Ruy Frazão (Engenho do Mato) e Sousa Soares (Várzea das Moças), localizadas
em Niterói. Com o protagonismo da equipe de profissionais da educação de cada escola, é feito um
levantamento sobre os negacionismos mais recorrentes e os impactos sobre a realidade escolar, de
forma a subsidiar a formulação de ações pedagógicas que expressem a importância da relação entre
ciência e os conhecimentos populares. O foco é desconstruir o negacionismo a partir do fazer científico,
no entanto, sem perder de vista a realidade dos educandos e o saber popular. Uma orientação
epistemológica que busca romper com a distância entre a universidade e a sociedade, relacionando os
saberes científicos e populares ao processo educacional, enquanto parte da experiência de vida. Tal
objetivo vem na esteira da experiência do projeto de extensão A UFF é Nossa, que desenvolve ações
pedagógicas junto às escolas acima citadas, em que se apresenta a UFF como um espaço de direitos
sociais, desenvolvimento de ciência e tecnologia, produção cultural e de exercício de cidadania. Ao
longo da experiência deste projeto foi possível mapear a presença aguda de perspectivas negacionistas
que dificultam o trabalho dos profissionais da educação, na medida em que são confrontados a
afirmações sem base científica que reforçam preconceitos e podem até colocar vidas em risco. Como,
por exemplo, quando se tornou comum relativizar a importância da vacina enquanto instrumento de
profilaxia da saúde pública. Revelou uma relação entre o negacionismo e a ascensão de concepções de
extrema direita, parte, portanto, de uma conformação da sociedade civil em que o neofascismo
estimula o negacionismo científico enquanto deslegitimação do pensamento crítico, da organização
política dos trabalhadores, dos pesquisadores e professores e da democracia. O projeto, portanto,
combate o negacionismo aprofundando a relação entre a universidade e as escolas públicas, tornando
o fazer científico algo concreto enquanto conteúdo escolar, mas acima de tudo, como processo de
apropriação, produção e reprodução da vida. Afirmar a produção do conhecimento como elemento
fundamental da autonomia humana.