QUILOMBINHO DO CAMILINHO: UM QUINTAL DE LEITURAS RAÍZES DA TERRA

Número: 
10/2024(F28)
Errata: 
Não
Telefone do responsável: 
22999652145
Descrição: 

Campos dos Goytacazes foi uma das últimas cidades do Brasil a abolir a escravidão. O efeito deletério desse processo histórico pode ser sentido ainda hoje, principalmente sobre a população negra, cuja maioria vive na periferia com pouco acesso a bens e a serviços. Como parte disso, esta população conseqüentemente sofre psicorracialmente com a invisibilidade de seus corpos produzida historicamente pelo racismo estrutural. Atualmente, o município de Campos dos Goytacazes conta com quatrocentos e oitenta e três mil e quinhentos e cinqüenta e um habitantes, e, parte desta população é composta por pessoas pretas e pardas, que, somadas formam um total de 51,58 % de negros (IBGE, 2022). O presente projeto, “Quilombinho do Camilinho: um quintal de leituras raízes da terra”, objetiva resgatar por meio de contação de história a autoestima de crianças quilombolas dos quilombos do Imbé, Aleluia, Cambucá e Batatal. A história que será contada é inspirada na autobiografia afrofuturista de Camilo Jose Gomes. Trata-se de uma história sobre um escravizado, nascido no Brasil, no século XIX, na fazenda Laranjeira do alto do Imbé, na Vila de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, e, ainda na infância foi alfabetizada pelo seu pai e aprendeu a ler e escrever. Quando se tornou adulto foi feito de escravizado de ganho (aluguel). Sua proprietária, dona Sebastiana, deixou em testamento, que dia que, após passar dez anos de sua morte Camilo José seria um homem livre. Lamentavelmente, após a morte da sua dona isso não ocorreu e Camilo José Gomes permaneceu escravizado. Foi preciso que Camilo José Gomes movesse uma ação na justiça requerendo o direito à liberdade. Hoje, essa história regional inspira crianças e adolescentes estudantes negros e quilombolas a resgatarem a ancestralidade e a identidade ético-racial. Em consonância com este projeto, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (Brasil, 2012) preconizam a indissociabilidade da “identidade quilombola dos processos complexos de construção da identidade étnico-racial no Brasil”, por entender que a identidade é um processo dinâmico, mutável e que está ligado a noção de pertencimento. Os bolsistas de Geografia e de História atuantes nesse projeto, desenvolverão atividades pedagógicas, que auxiliarão para a cada faixa etária escolar, com uso de técnicas e recursos pedagógicos, como o uso de fantoches na contação de história, teatro, produção de HQ. Auxiliarão também alunos da disciplinas PPE que queiram utilizar a proposta desse projeto.

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